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JEA 2024

Visita à Fábrica de "Campos Melo & Irmão"

14 JUN > 17h30 (Portão da fábrica na Estrada da Fábrica Velha, Covilhã)

 

A visita ao complexo industrial da “Campos Melo & Irmão”, localizada na Estrada Fábrica Velha, na Covilhã, integra-se na celebração das Jornadas Europeias de Arqueologia 2024 e numa parceria com o Museu da Covilhã.

No dia 14 de junho, pelas 17h30, junto ao portão da antiga fábrica, esperamos pelos participantes e interessad@s em conhecer o património industrial da “Covilhã Cidade Fábrica”.

A “Campos Melo & Irmão” foi uma das empresas mais emblemáticas da Covilhã. A ação dos seus fundadores (Comendador José Maria da Silva Campos Melo, 1808-1866, e Francisco Joaquim da Silva Campos Melo, 1º Visconde da Coriscada, 1824-1876) e descendentes é indissociável da fundação em 1864 da Escola Industrial Campos Melo, atual Escola Secundária Campos Melo, que tantos operários e técnicos formou a partir de 1884, bem como da fundação da Associação Industrial e Comercial da Covilhã (1889-1936).  À memória dos seus feitos em prol do desenvolvimento da cidade e da modernização da indústria de lanifícios, a cidade homenageou a família com as ruas Comendador Campos Melo e Visconde da Coriscada e com a instalação de uma estátua de José Maria Veiga da Silva Campos Melo (1842-1890) na rua Cidade do Fundão. (1970).

Esta empresa foi criada em 1835, com uma tecelagem na antiga rua Direita e, em 1844, um Engenho de “cardar, fiar, perchear, afinar e cortar o pêlo lãs, o “Engenho dos Melo/Engenho da Califórnia”. Em 1845, transferiu-se para os terrenos envolventes à “Fábrica Velha”, onde tinha laborado a mais antiga manufactura da Covilhã, a “Fábrica Nacional de Sarjas e Baetas” (séc. XVII), do Conde da Ericeira, e, em 1851, adquirem os edifícios e os terrenos da “Fábrica Velha” a Antónia Joaquina Raposo, onde reedificam um novo edifício fabril. Neste complexo, irão implementar as mais modernas inovações tecnológicas e aperfeiçoamentos na indústria de lanifícios do seu tempo. Chegaram a apelidá-la de “Fábrica-Escola”, porque desta fábrica saíram técnicos e operários que, depois de formados, constituíram as suas próprias empresas.

A sua projeção regional e nacional era tão relevante que surgem nos inquéritos industriais dos séculos XIX e XX como uma das mais importantes fábricas de lanifícios nacionais, tendo chegado a receber, nas suas instalações, a comitiva real, com os reis D. Carlos I e D. Amélia, a propósito da inauguração da Linha da Beira Baixa, em 5-6 de setembro de 1891, bem como a medalha de prata na Exposição Universal de 1889, em Paris. Os irmãos José Maria da Silva Campos Melo e Francisco Joaquim da Silva Campos Melo foram agraciados com, respetivamente, os títulos de Comendador (1864) e de Visconde da Coriscada (1870).

Para além do edifício fabril com uma fachada icónica encimada por uma estrela de cinco pontas num estado de avançada ruína, bem visível por quem passeia pela ribeira da Carpinteira, no Arquivo Histórico do Museu de Lanifícios está incorporada uma parte do arquivo empresarial salvaguardado desde 2000, balizado entre 1845 e 1920, e acessível a consulta presencial.

Para participar na visita guiada de 14 de junho, pelas 17h30, é necessária a inscrição prévia para o telefone 275 241 411 e para o e-mail muslan@ubi.pt.