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Historial

O Centro de Documentação/ Arquivo-Histórico do Museu de Lanifícios da UBI foi criado em 1997, no âmbito do projecto comunitário ARQUEOTEX (FEDER 10, Vertente Cultura), e inaugurado em 30 de Abril de 1998. A sua criação teve por objectivo de contribuir para a salvaguarda da memória da indústria de lanifícios e de apoiar o desenvolvimento da investigação, particularmente nos domínios da história empresarial e industrial dos lanifícios, de âmbito local, regional e nacional. Entre 1998 e 2004, este Centro esteve instalado, de forma provisória, nos antigos Escritórios de uma Oficina de Tecelagem e Secção Fabril da empresa de lanifícios José Paulo de Oliveira Júnior, localizado na Rua Joaquim Pessoa, nº 5, na Covilhã. O edifício foi adquirido e recuperado pela UBI em 1997 para acolher os fundos e colecções documentais provenientes de entidades públicas e privadas que desenvolveram funções e actividades diversificadas no âmbito da indústria têxtil e de que se salientam as incorporações provenientes de empresas, cujos imóveis foram adquiridos pela UBI, bem como de doações efectuadas por instituições, empresários e, ainda, técnicos e operários têxteis.

A concretização da criação do Centro de Documentação/Arquivo Histórico permitiu ao Museu de Lanifícios da UBI dar início a uma primeira intervenção de incorporação e conservação de arquivos empresariais, através da salvaguarda de fontes documentais sobre a actividade dos lanifícios, que sobreviveram ao desaparecimento de alguns das mais significativas empresas de lanifícios covilhanenses e instituições e associações têxteis de âmbito local e nacional, após a acentuada e brusca reconversão sofrida pela indústria de lanifícios, nas décadas de 80 e 90 do séc. XX. De facto, o primeiro passo para se travar o processo de destruição das fontes documentais têxteis foi dado quando, em 1991, com o apoio da Câmara Municipal da Covilhã (CMC), e do Centro Tecnológico da Indústria Têxtil e do Vestuário (CITEVE) se transferiram, por iniciativa do Museu, para locais provisórios na Covilhã, cedidos pela CMC, os arquivos da sede da Federação Nacional dos Industrial de Lanifícios e do Grémio dos Industriais de Lanifícios da Covilhã, com a finalidade de serem incorporados no Museu de Lanifícios. Foram ainda recolhidos os fundos documentais do Grémio dos Industriais de Lanifícios de Gouveia, entretanto localizados pelo Grupo de Trabalho dos Lanifícios, da Associação Portuguesa de Arqueologia Industrial (responsável pela musealização do Núcleo da Real Fábrica de Panos), e, seguidamente, a do Acondicionamento Têxtil, da Comissão Reguladora do Comércio do Algodão em Rama e do Instituto dos Têxteis.

A partir de 1996 foram-se recolhendo alguns arquivos empresariais, de âmbito privado, em risco de perda eminente, de que se destacam os arquivos da Empresa Transformadora de Lãs, Lda, da Francisco Mendes Alçada, da José Henriques da Fonseca, da Jerónimo da Costa Sena e da Fábrica Alçada. Na sequência destas intervenções, vários empresários covilhanenses, manifestando uma crescente consciencialização de necessidade de preservar as memórias vivas de uma cidade e de uma região que viveu em função do trabalho exclusivo e especializado da lã, disponibilizaram-se a ceder o remanescente dos seus arquivos fabris e espólios pessoais.

Foi assim possível localizar e reunir um acervo documental que é um fiel depositário da história da cidade, da região e de algumas das mais significativas associações têxteis de âmbito nacional, que, em 1997, foi transferido e centralizado em instalações provisórias cedidas e recuperadas pela Universidade da Beira Interior.

No entanto, dada a dimensão atingida pelos fundos e colecções documentais custodiados e a necessidade de promover as adequadas condições de conservação e de garantir melhores condições de trabalho e de funcionalidade, as instalações rapidamente se tornaram obsoletas e ineficazes para servirem como Arquivo Histórico.

Em 2004, após a aquisição em 1997, por parte da Universidade da Beira Interior, do conjunto edificado da Real Fábrica Veiga, junto à Ribeira da Goldra, e a execução de obras de reabilitação arquitectónica com o financiamento do Programa Operacional Centro POCENTRO – AIBT/Serra da Estrela, o Centro de Documentação/Arquivo Histórico foi transferido para novas instalações. Neste edifício, para além do Centro de Documentação/Arquivo Histórico, integram-se, actualmente, a sede, as áreas administrativa e técnica do Museu de Lanifícios, assim como o Núcleo Museológico da Industrialização dos Lanifícios.

O imóvel foi inaugurado em 30 de Abril de 2005, com uma área bruta de cerca de 12.000 m2, dos quais o Centro de Documentação/Arquivo Histórico ocupa cerca de 470 m2. Nas instalações actuais dispõe-se de uma área pública – Sala de Referência/Consulta – e de áreas privadas – com Depósitos Documentais e Têxtil, que ocupam uma área de cerca de 332 m2, com as condições de armazenamento e ambientais adequadas ao tipo de documentação que alberga, e Gabinetes Técnicos destinados à limpeza, higienização e expurgo e à organização e descrição documental. Beneficia, ainda, da utilização de áreas públicas existentes no edifício do Centro de Interpretação dos Lanifícios/Real Fábrica Veiga, que integra igualmente o Núcleo Museológico da Industrialização dos Lanifícios, como a Recepção/Loja, o Auditório, a área de Exposições Temporárias, a Oficina Têxtil/Atelier, a Área de Estar, a Cafetaria/Bar e Esplanada que se encontram ao serviço do público utente deste Centro de Documentação/arquivo Histórico, bem como dos visitantes do Museu e da comunidade em geral.

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