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MITOS E RITOS

Desenhos e pinturas de MALANGATANA

Da exposição

No âmbito da organização do II Congresso Internacional "Relações Culturais Portugal-Aacute;frica", pelo Departamento de Letras da Faculdade de Artes e Letras da UBI, a Universidade da Beira Interior, através do Museu de Lanifícios, recebe, na Galeria de Exposições Temporárias da Real Fábrica de Panos, um conjunto de seis quadros, quatro desenhos e vinte e uma ilustrações do artista moçambicano Malangatana.

O artista, através das obras em mostra, convida a reflectir sobre realidades e mitos sofridos ou usufruídos numa África que fica simultaneamente longínqua e próxima para muitos de nós.

A arte do Mestre é agora visível aos olhos de quem se queira deslumbrar, porque Malangatana consegue aliar duas virtudes próprias de quem é realmente grande: genialidade e disponibilidade humilde."

Do artista

Malangatana Valente Ngwenya nasceu em Matalana, distrito de Marracuene, Moçambique, a 6 de Junho de 1936. Frequentou a Escola da Missão Suiça em Matalana, onde aprendeu a ler e a escrever em ronga. Concluída a terceira classe rudimentar na Missão Católica de Bulázi, parte para Lourenço Marques, onde arranja emprego como criado de crianças. Foi apanhador de bolas e criado de mesa no Clube de Lourenço Marques.

A partir de 1959, descobertas as suas capacidades artísticas, Malangatana envereda por uma carreira de pintor profissional, com o apoio de Augusto Cabral e do arquitecto Miranda Guedes (Pancho). Em 1961, Malangatana realiza a sua 1ª exposição individual em Lourenço Marques e torna-se frequentador assíduo do Núcleo de Arte de Lourenço Marques, onde contacta outros artistas e apresenta trabalhos de cariz social. Após o início da luta armada em Moçambique, Malangatana junta-se à rede clandestina da FRELIMO, o que lhe valeu a prisão, por duas vezes, pela PIDE (1966-68).

Em 1971, recebendo uma bolsa da Fundação Calouste Gulbenkian, vem para Lisboa especializar-se em gravura. Trabalha na Gravura-Sociedade Cooperativa dos Gravadores Portugueses e na Fábrica de Cerâmica Viúva Lamego. No ano seguinte, em Lisboa, expõe na Livraria Bucholz e na Sociedade Nacional de Belas Artes. Começa então a fazer uma série de exposições individuais em mais de uma dezena de países, nomeadamente no edifício da ONU, em Nova Iorque. Em 1973, vai à Suiça, onde contacta diferentes galerias e artistas, que lhe abrem novos horizontes.

Com a independência de Moçambique, Malangatan participa em acções de mobilização e alfabetização, sendo enviado para Nampula a fim de organizar as aldeias comunais. É um dos criadores do Museu Nacional de Arte de Moçambique, ajudando ainda à criação ou organização de outros núcleos artísticos, cívicos e sociais.

Em 1986, realiza no Museu Nacional de Artes, em Maputo, uma exposição retrospectiva comemorativa dos seus 50 anos e dos 25 anos de actividade artística, depois repetida em Viena e em Lisboa.

É distinguido, ao longo da sua carreira, com diversos prémios e condecorações nacionais e estrangeiras: Grande Oficial da Ordem do Infante D. Henrique (Portugal,1995); Ordem Eduardo Mondlane do 1º Grau (Moçambique, 2006); criação da Fundação Malangatana Ngwenya (Moçambique, 2007); Comemdador das Artes e Letras (França, 2007); Doutor Honoris Causa (Moçambique, 2007) e membro da Academia das Ciências de Lisboa (2010).

Pintor, ceramista, cantor, actor e dançarino, Malangatana é uma presença assídua em numerosos festivais, afirmando sempre a sua origem africana e moçambicana. Tem participado em múltiplas exposições individuais e colectivas, integrado diversos júris em Moçambique e no estrangeiro e participado em numerosos workshops. A sua obra universalmente reconhecida e objecto de vários filmes e documentários, está representada em museus por todo o mundo, bem como em inúmeras colecções particulares.


Horário: De 26 de Outubro a 26 de Novembro, de terça-feira a domingo, das 9h30 às 12h00 e das 14h30 às 18h00.

Local: Real Fábrica de Panos| Galeria de Exposições Temporárias.

Inauguração: Galeria de Exposições Temporárias da Real Fábrica de Panos, no dia 26 de Outubro, pelas 19h20.


FOZ CÔA E JÓIA TÊXTIL

Exposição de tapeçaria contemporânea, de Maria Altina Martins

Foz Côa incide numa metáfora. Expressa o paralelismo da Pré-história com o da antiguidade têxtil, tão remota quanto a humanidade; e o do tecido, criado por uma ligação íntima à sua necessidade de existir, com o da tapeçaria contemporânea.

A autora foca e aborda a procura de uma raíz cúmplice, da génese e continuidade no modo de pensar e de fazer/concretizar o tecido historiado - a tapeçaria.

O núcleo/âmago temático é constituído pelas obras O pastor, Fiar e Vento, que são as peças de maior dimensão, sendo esta última uma peça têxtil escultural.

Os pastores de Foz Côa viviam os seus dias à beira-rio, expressando a vida nas pedras que os rodeavam, onde o seu pensamento se desenhava.

Habitavam o lugar em busca de campo, luz, relatando a vida nas pedras emergentes e abundantes do seu território.

Em Fiar, as rocas apresentam-se como lanças libertadoras; o fuso, como o fiel que controla e sustenta o peso. De ânimo leve mas firme, este domina a carga e é então que o fio surge.

As rocas e o fuso documentam, com valor antropológico, características pertencentes a diversas regiões do país. Sendo a sua essência preservada em cada objecto, há sempre especificidades, consoante a sua proveniência. São ainda elementos do processo mais arcaico da fiação, ainda hoje recriados para a urgência do quotidiano, tendo evoluído desde a busca do necessário até ao uso sofisticado. Desde o trabalho em série até ao único e irrepetível tecido historiado.

Vento, de teor tridimensional, evoca o côncavo e o convexo, a brisa e o vento em fúria, percorre todas as eras e relembra o caos e a ordem.

A Jóia Têxtil é o conjunto de tapearias assim designado pela sua reduzida dimensão e pela predominância dos materiais utilizados.

Foz Côa e Jóia Têxtil estabelecem uma relação de diversidade e unicidade.

Maria Altina Martins, 2010

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Horário: De 18 de Maio a 4 de Julho de 2010, de segunda a sexta-feira, das 9h30 às 12h30 e das 14h00 às 17h30.

Local: Real Fábrica Veiga | Galeria de Exposições Temporárias.


CIDADES INVISÍVEIS

Fotografia de viagem sob o olhar de Ítalo Calvino

Exposição de fotografia de Juan Carlos Quindós de la Fuente

A Exposição

O Projecto de «Cidades Invisíveis» é constituído por um conjunto de séries de fotografias diurnas, a preto e branco, das cidades por onde passo ou vivo, que se encontram em construção constante e que se têm vindo a desenvolver desde há algum tempo. Têm por base as séries da famosa obra homónima de Ítalo Calvino, uma colecção de lugares sonhados, inventados ou recordados, mas com ressonância no imaginário colectivo e no cenário real das nossas urbes, pelo menos parcialmente, em alguns dos seus becos ou em algum dos seus momentos.

As Cidades Escondidas, as Contínuas, as Cidades e a Morte, e algumas novas que têm sido adicionadas, como os Ângulos e os Abismos, formam-se com imagens apreendidas em diferentes lugares, unidas transversalmente por analogias formais ou conceptuais até formar uma tentativa de narração.

Juan Carlos Quindós, 2010

O Autor

Juan Carlos Quindós nasceu em Valladolid, em 1977, e tem estudado Arquitectura em Valladolid, Barcelona, Madrid e Catânia, em Espanha.

No âmbito da arquitectura e urbanismo, obteve oito prémios em concursos nacionais e internacionais, por exemplo da "Domus Magazine" e da "Universidade de Boccioni", vários prémios para o "Festival Internacional de SEMINCI", um primeiro prémio para o melhor projecto de ardósia, em 2004, ou, recentemente, uma menção honrosa no concurso "EUROPAN 2009, com uma nova reordenação urbana no Entroncamento, em Portugal.

Combina este trabalho com a fotografia, centrada na cidade, tendo mais de quinze prémios, cinco deles, primeiros prémios nacionais. O seu trabalho profissional concentra-se em fotografia de arquitectura. Este foi apresentado em várias exposições colectivas e individuais, como no "Colégio de Arquitectos de Castilla y León", na mostra de arte "Espaços Difusos", em Valladolid, e com o projecto experimental de vídeo-arte "Faux Futurisls", juntamente com o artista alemão Daniel Neuman, no Museu de Arte Contemporânea Pátio Herreriano. Tem participado igualmente em diferentes palestras e publicado vários artigos. Recentemente, coordenou um Workshop de Fotografia e Arquitectura na Universidade da Beira Interior, na Covilhã (Portugal).


Horário:
De 27 de Abril a 4 de Junho de 2010, de 3ª feira a domingo, das 09h30 às 12h00 e das 14h30 às 18h00.

Local: Real Fábrica de Panos | Galeria de Exposições Temporárias.


MOVE 10 - Mostra de Trabalhos dos Cursos de Design de Moda

Departamento de Ciência e Tecnologia Têxteis da UBI

O Departamento de Ciência e Tecnologia Têxteis da UBI, com o apoio do Museu de Lanífícios, realiza até ao dia 10 de Abril a Mostra de Design de Moda - MOVE 10.

Esta mostra tem como objectivo principal divulgar os trabalhos realizados pelos alunos de Design de Moda, apresentando as suas qualidades técnicas e artísticas nas diversas vertentes, não só no interior da comunidade académica, mas também junto da comunidade envolvente, no sentido de promover o intercâmbio de ideias e uma reflexão conjunta que permita o desenvolvimento do design de moda na região.

A mostra é complementada com um conjunto de palestras e de workshops, concebidos para enriquecer a aprendizagem dos alunos, cujos módulos estão entregues à responsabilidade de diversos especialistas nas áreas contempladas.

Exposição (Entrada livre)

Exposição de trabalhos dos alunos dos cursos de Design de moda (licenciatura e mestrado).

Horário: Até dia 10 de Abril, das 9h30 às 12h30 e das 14h00 às 17h30.
Local: Museu de Lanifícios da UBI/Real Fábrica Veiga | Galeria de Exposições Temporárias

Palestras (Entrada livre)

  • 15 de Março (14h30) - «Eventos e moda: entre o ser e o parecer» | palestra proferida por Maria José Ferro Tavares (Universidade Aberta)
  • 16 de Março (14h30) - «Simbólica têxtil» | Palestra proferida por José Rosa (Universidade da Beira Interior)
  • 17 de Março (14h00) - «Têxtil e literatura: essências e aparências» | Cristina Vieira (Universidade da Beira Interior)
  • 17 de Março (21h30) - Tertúlia de Moda, com intervenções de Miguel Santiago (UBI), «O efémero e o perene: moda na arquitectura»; Júlio Londrim (UBI), «Movimento moderno versus séc.XIX: mudança de paradigmas, paralelismo entre arquitectura, design industrial e moda»; Nuno Jerónimo (UBI), «Moda e cultura de consumo»; Sofia de Almeida, «Moda e jornalismo»; Alunos com experiências Erasmus (UBI) e DESERTUNA (UBI).
Local: Museu de Lanifícios da UBI/Real Fábrica Veiga | Auditório.

 

Workshops (destinados a alunos da UBI)
Inscrições e mais informações no Laboratório CAD, do Departamento de Ciência e Tecnologia Têxteis da UBI

  • 22-23 de Fevereiro - «DNA de marca» | L. Salomão R. Gomez (U.F.Sta Catarian, Brasil | IADE)
  • 4-5 de Março - «Ilustração de moda» | Theresa Lobo (IADE)
  • 17-18 de Março - «Portfolio | Francisco Paiva (UBI)
  • 22-23 de Março - «Pensamento criativo: partilha e experimentação no design de moda contemporâneo» | Lara Torres Design
  • 27-28 de Março - Arquitectura de moda | L. M. Moreira Pinto e Rita Salvado (UBI)
  • 6-7 de Abril - «Creative knitting | White Tent Design
  • 16 e 24 de Abril - «Second life - workshop de reciclagem | aforestdesign

Desfile dos finalistas dos cursos de Design de Moda - 16 de Abril, às 21h30

Desfile dos finalistas de Design de Moda da UBI e dos Jovens Talentos Nacionais "Portuguese Fashion News".

Local: Museu de Lanifícios da UBI/Real Fábrica Veiga.